Filme O último azul, de Gabriel Mascaro, estreia em todo o Brasil
Por MRNews
Estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas brasileiros o filme O último azul, do pernambucano Gabriel Mascaro, um dos expoentes da nova geração de cineastas brasileiros. Conhecido do público por filmes como Boi Neon (2015), Mascaro ganhou um dos maiores prêmios do Festival de Berlim, o Urso de Prata, em fevereiro deste ano:
‘’Foi uma alegria muito grande poder estrear na Berlinale, um festival que consagrou a cultura brasileira com Central do Brasil e Tropa de elite, e a gente chega lá com O último azul e sai de lá com o prêmio da crítica , um Urso de prata , foi muito bonito e agora finalmente encontraremos o público brasileiro com muito calor e com muita energia’’, comemora Mascaro.
A trama é situada na Amazônia e começa quando o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes do exílio compulsório, Tereza, uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo e é surpreendida, no meio do caminho, por um marinheiro misterioso, interpretado por Rodrigo Santoro
População brasileira chega a 213,4 milhões em julho de 2025
Inflação do aluguel sobe 0,36% em agosto, após três meses de queda
‘’Pois é, a gente queria fazer um filme sobre esse corpo idoso feminino que sente desejo. Um corpo que pulsa no presente e que ressignifica a vida aos 77 anos. Eu precisava dessa tônica ousada, então o filme começa meio distópico e chega em um momento fantástico e surreal. A gente vai brincando com o gênero como se fosse uma descoberta de maturação, né? A personagem principal passa por uma jornada de transformação, e a gente geralmente costuma associar as transformações a pessoas jovens, né? Mas aqui não! Estamos falando de uma idosa, com toda energia, com toda força e, sobretudo, com o desejo de sonhar’’, conta Mascaro.
A protagonista é vivida na tela pela atriz Denise Weinberg: ‘’A velhice não é uma coisa triste, se você souber envelhecer, é uma sabedoria. Além disso envelhecer fazendo o que eu o que você gosta é maravilhoso’’.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
Para Denise, que ganhou recentemente o prêmio de melhor atriz pelo filme no Festival de Guadalajara, no México, a obra leva o espectador para a utopia: ‘’Por ser artista, já sou utópica por natureza, então quando esse material caiu na minha mão, e conheci o Gabriel, vi logo que era jogada de gênio, só pensei: eu tenho lugar de fala, quero fazer esse filme’’.
Expedição na Amazônia aproxima cientistas a conhecimento tradicional
Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio estimado em R$ 3,5 milhões
Embarcar na floresta amazônica, onde o filme foi rodado, também foi uma experiência nova para ela. ‘’Conheci uma Amazônia com paisagens lindas e alucinantes; são respiros na alma, mas também há uma concretude muito forte no sentido de estar naquele lugar e encarar o envelhecimento como algo que é difícil, mas que pode ser bom quando temos maturidade para encarar’’.
Para a professora e pesquisadora Ivana Bentes, O último azul surpreende ao falar de temas delicados como o etarismo, mas também pelo primor estético.
‘’O Gabriel Mascaro para mim é a síntese do novo cinema nacional, que cria um interesse além do Brasil, seja pela sofisticação estética seja por temas relevantes, importantes, sociais que ele aborda. A linguagem do filme comove e nos mobiliza’’, comenta Ivana.