Exposição em São Paulo mostra eventos climáticos na vida de refugiadas
Por MRNews
Uma exposição fotográfica que mostra o impacto dos eventos climáticos extremos na vida das pessoas refugiadas está em cartaz no corredor que conecta os setores de embarque e desembarque do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista.
“Perder Tudo. Novamente” é o nome da mostra, que apresenta o impacto de eventos climáticos extremos em pessoas forçadas a se deslocar,. Há histórias reais de pessoas refugiadas e deslocadas que, mesmo após fugirem de guerras, perseguições ou violência, enfrentaram novas tragédias causadas por desastres ambientais no mundo, como enchentes, secas severas ou terremotos. A exposição é realizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em parceria com a concessionária do aeroporto, a Aena.
Segundo o Acnur, os eventos climáticos extremos acabam atingindo com mais intensidade as pessoas que já vivem em situações de vulnerabilidade, como os refugiados.
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“As imagens retratam a experiência de pessoas que já haviam sido forçadas a fugir por guerras, perseguições ou violência, e que depois enfrentaram novamente tragédias causadas por desastres ambientais — como enchentes, secas severas ou terremotos. Ela mostra que a crise climática não é apenas ambiental: é uma crise humana, que afeta desproporcionalmente os mais vulneráveis. A mostra convida o público a refletir sobre a urgência de proteger aqueles que, mesmo após recomeçar, perdem tudo mais uma vez”, disse Samantha Federici, chefe do escritório de Parcerias com o Setor Privado do Acnur no Brasil.
Em entrevista à Agência Brasil, Samantha disse que as mudanças climáticas têm agravado as vulnerabilidades já existentes e gerado novos deslocamentos forçados.
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“Milhões de pessoas são obrigadas a deixar suas casas por causa de eventos climáticos extremos — como inundações, secas e ondas de calor — ou enfrentam esses impactos depois de já terem fugido de conflitos e perseguições. Estima-se que nos últimos dez anos, desastres relacionados ao clima causaram 220 milhões de deslocamentos internos. Para refugiados, muitas vezes vivendo sem habitação segura, renda estável ou serviços essenciais, um desastre climático pode significar um ‘segundo’ ou ‘terceiro deslocamento’, interrompendo novamente suas vidas e destruindo o que haviam reconstruído”.
Dados do Acnur mostram que essa realidade já é enfrentada aqui mesmo no Brasil. No ano passado, as enchentes do Rio Grande do Sul impactaram 2,4 milhões de pessoas, sendo que pelo menos 43 mil eram refugiados e solicitantes de refúgio. A maior parte era proveniente da Venezuela e do Haiti. “O Brasil é cada vez mais afetado por eventos climáticos extremos”, disse Samantha. “Muitos [refugiados] já enfrentavam dificuldades para se estabelecer no Brasil e, com as chuvas, perderam novamente moradia, bens e documentos”.
Segundo a representante do Acnur, é importante que esses refugiados e deslocados sejam incluídos em políticas de prevenção, adaptação e de resposta climática. para que os impactos provocados pelas emergências climáticas sejam minimizados. “Isso significa investir em moradias seguras, sistemas de alerta e infraestrutura resilientes nas comunidades de acolhida, além de garantir acesso a recursos como água, energia e meios de subsistência. Outra medida urgente é ampliar o financiamento climático global para que chegue até as pessoas mais afetadas”, defendeu.
A mostra ficará em cartaz até o dia 15 de setembro no Aeroporto de Congonhas. “Aeroportos são lugares de partidas e recomeços — um símbolo direto da jornada de quem é forçado a deixar tudo para trás. Instalar essa exposição no Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do Brasil, amplia a visibilidade dessas histórias e convida milhares de pessoas a refletirem sobre a conexão entre deslocamento forçado e mudanças climáticas”, afirmou Samantha. “Às vésperas da COP 30, essa é também uma oportunidade de lembrar que, por trás das estatísticas sobre a crise climática, existem vidas reais, com nomes, rostos e trajetórias de coragem”, acrescentou.