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Projeto Xadrez Escolar fortalece o aprendizado e inclusão na Rede Municipal de Ensino

A Rede Municipal de Ensino da Capital tem colhido resultados expressivos com a implementação do Projeto Xadrez Escolar. Uma iniciativa pedagógica da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) da Prefeitura de João Pessoa, que vem se destacando por transformar o aprendizado e o comportamento dos estudantes.

Colocado em prática em mais de 14 unidade de ensino, entre elas as escolas municipais Aruanda, Santa Ângela, Dom José Maria Pires, José Américo, Olívio Ribeiro, Apolônio de Sales, Leônidas Santiago, Índio Piragibe e o Centro Escolar Municipal de Atividades Pedagógicas Integradoras Arthur da Costa Freire (Cemapi), o Projeto Xadrez Escolar atende alunos típicos e atípicos, regularmente matriculados, do 2º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Fundamental II, com exceção do Cemapi, onde para ingressar no projeto é necessário ser estudante do 4º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, seja em instituições públicas ou privadas.

Segundo o diretor administrativo do Cemapi, Francisco Chaves, o projeto vai além do ensino do jogo. “O xadrez tem sido uma ferramenta essencial para atrair os alunos para longe do excesso de telas e redes sociais. Ele trabalha diretamente o foco, a concentração e a disciplina. Além disso, é uma atividade que naturalmente desperta o interesse dos estudantes, ajudando também na socialização e no envolvimento com as atividades escolares”, revelou.

Mais do que competições, o projeto tem proporcionado avanços significativos no desempenho acadêmico dos alunos, especialmente nas disciplinas de lógica e Matemática, onde os educadores têm observado uma melhora expressiva nos processos de ensino e aprendizagem.

A professora de xadrez Pollyana Bezerra reforça os benefícios pedagógicos do jogo. “O xadrez desenvolve o raciocínio lógico, a tomada de decisões e ainda contribui para a aprendizagem de disciplinas como Matemática e Física. Além disso, selecionamos alunos com maior aptidão para representarem a escola em torneios municipais e estaduais, nos quais já conquistamos pódios importantes nas categorias masculina e feminina”, ressaltou.

O impacto positivo é confirmado pelos próprios alunos vencedores nas competições exemplo de Gabriel Amorim, de 10 anos, aluno do 4° ano da Escola Ana Cristina Rolim Machado. “O xadrez foi muito importante para minha vida. Me ajudou no aprendizado e na concentração. Além disso, fez com que eu criasse amizades. A vida é como um tabuleiro, cheia de decisões”, contou.

Já Aarón Elias, também com 10 anos, complementou: “Depois do xadrez, estou prestando mais atenção nas aulas e tive uma melhora significativa no meu aprendizado”.

“Fiquei mais interessada, mais atenta e até baixei o jogo no celular para continuar praticando”, contou Sara Raquel, de 9 anos, destacando como o jogo despertou sua curiosidade e inteligência.

A estudante Ellysa Anthônia, também de 10 anos, afirma que o xadrez fortaleceu os laços entre colegas. “Nos ajuda a vencer na vida, aprender coisas novas e trabalhar em grupo. Para mim, isso é muito importante”.

José William, de 11 anos, credita ao xadrez a superação de sua timidez e melhora no desempenho escolar. “Melhorei em Matemática, socialização e concentração”, contou.

Comportamento – No aspecto comportamental e socioemocional, o projeto também tem gerado impactos positivos. As escolas da Rede Municipal contam com o apoio de uma equipe técnica especializada, incluindo psicólogos, que acompanham o desenvolvimento dos estudantes. De acordo com Gláucia Pereira da Paixão, psicóloga da Escola Municipal Ana Cristina Rolim Machado, a aprendizagem do xadrez como prática integradora e complementar à escolarização tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento psicológico, social e cognitivo dos alunos, especialmente daqueles com perfis atípicos e neurodivergentes.

“A atividade tem revelado talentos ocultos entre estudantes com dificuldades acadêmicas ou desafios comportamentais, oferecendo-lhes uma oportunidade de destaque, autoconhecimento e fortalecimento da autoestima. Integrado ao currículo, o xadrez estimula múltiplas inteligências, como a lógico-matemática, espacial, interpessoal e linguística, onde contribui significativamente para a melhoria do fluxo cognitivo, desenvolvendo atenção, memória, raciocínio e pensamento abstrato”, destacou.

“Além disso, o xadrez promove o avanço das competências atitudinais e emocionais, como autocontrole, tolerância à frustração, tomada de decisão e respeito mútuo. O trabalho com alunos com deficiência é realizado de forma individualizada, considerando suas singularidades e interesses, com o objetivo de garantir uma participação qualitativa e significativa. Assim, o xadrez se consolida como uma ferramenta pedagógica valiosa, capaz de promover a inclusão e o desenvolvimento integral de todos os estudantes”, concluiu a psicóloga.

Inclusão – O Projeto Xadrez Escolar também se destaca por sua proposta inclusiva, acolhendo alunos atípicos e envolvendo ativamente seus familiares no processo educativo.

A experiência tem demonstrado que o xadrez vai muito além de um jogo. No ambiente escolar, tem se consolidado como uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos, contribuindo significativamente para a formação integral das crianças e adolescentes da rede municipal de ensino.